E de repente não existe mais nada de particular. Procuro um ponto em comum, mas não há nenhum. Busco no interior vestígio de algo que já fez parte do todo e deparo-me com um estranho. Nem sei dizer se é um reflexo deformado ou outro alguém. Aquele Eu que se satisfazia, ver-se curvado agora a outro estranho que tornou-se Eu. Sou o avesso de mim mesma.
Nesse espetáculo da vida cotidiana não sei mais separar o ator do personagem. Tenho a sensação que estou perdida. As diversas máscaras que usei ao longo da vida fundiram-se com o meu verdadeiro Eu. Risos e abraços são ilusões, sinceros ou não. O que fazer? Meu ser não está fragmentado, ele está mesclado. Como posso encontrá-lo então? Não tenho pedaços a recolher. Está tudo grudado. A sensação de viver um teatro tornou-se fato.
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