sábado, 29 de outubro de 2011

Roteiro.

Acorde.
Mova-se. 
Ande.
Sinta.
Fale.
Grite.
Xingue.
Chore.
Enxugue.
Ria.
Core-se.
Faça.
Vença.
Perca.
Tente.
Consiga.
Desista.
Ultrapasse.
Seja.
Viva.


terça-feira, 25 de outubro de 2011

Por favor, há alguém que possa me julgar?

"(...) cada um tem sua historia. Eu estou aqui pra aprender, não pra julgar. Quem pode me julgar?"


Esse pequeno trecho da música O preço, do grupo Charlie Brown me remeteu a um aspecto que vem crescendo em nossa sociedade: a falta de padrão para uma conduta social. É como se na atualidade não houvesse mais algo que está acima de nós e que de certa forma norteia os comportamentos. Tudo é permitido. Tudo é legítimo. Todos os desejos são dignos de realizações. Diminui-se os limites entre um e outro e ao mesmo tempo há o afastamento dos indivíduos na contemporaneidade. Pelo que me parece as fronteiras do bem e do mal estão se dissolvendo. 

Um pressuposto fundamental na minha profissão, a psicologia, é a suspensão dos julgamentos. Devemos ouvir o indivíduo em sua verdade sem a pretensão de julgá-lo ou condená-lo. Porém, a sociedade, de forma geral, não pode se abster dessa atividade, pois se não houver julgamento de espécie alguma o caos será instalado.

Para Freud, a vida em grupo é possível, pois o ser humano abriu mão de uma cota de felicidade por segurança. Isso se fez graças a um conjunto de valores, leis que delimitava os comportamentos dos sujeitos. Na atualidade, esse conjunto de regras, reconhecido como o Estado está falindo. Dessa forma, fica vago o lugar daquilo que dá uma base de conforto e segurança para a vida coletiva. 


Com isso, vemos a necessidade da criação e re-criação de contratos sociais em camadas mais superficiais para a configuração de uma conduta social mais adequada e condizente com o ambiente frequentado. Estando vazio esse lugar do Estado, outros grupos e compartimentos da sociedade estão se vendo obrigados a tomar o lugar de julgadores para que assim se possa manter um pouco de ordem.

A cada dia mais fica difícil promover o julgamento a cerca de uma situação ou manifestação, pois "Quem pode me julgar?". Está frase parece até uma súplica da contemporaneidade por esse lugar de referência, controle e limite. Essa ultrapassagem de limites vivida pela sociedade atual é apontada como um dos maiores problemas a ser enfrentados, pois sem contenção não há eu, não existe outro, não há mundo. Tudo fica misturado. A realidade se transforma em um grande playground onde tudo é possível.


Nesse instante estamos vivendo a deriva esperando encontrar uma bússola que nos guie e nos proteja da imensa multiplicidade de ser humano.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O que será?

O que realmente precisa ser cortado?
O que está te sufocando?
O que falta? O que sobra?
Tantos nós. Poucos laços.
Nada satisfaz. Tudo é pouco.

O que procura? O que espera?
Lágrimas secas.
Palavras sufocadas.
Gritos silenciados.
Raiva disfarçada.
O que é falso? O que é verdade?

Existe verdade?

Distância sem medida.
Saudade sem ferida.
Cicatriz sem lembrança.
Futuro sem medo

Sangue com vida.
Olhos com brilho.
Vida com sentido.
Braços com abraço.

Quem se é?
Quem, realmente, se é?
Onde está a tua autenticidade?
O que se passa?


O céu que arde na terra.

Celeste nasceu em noite estrelada. Filha única de um casal maduro que já havia perdido a esperança de procriar. Celeste nasce como um milagr...