sábado, 25 de maio de 2019

Há dias que sou seca.
Outros inundação.
Terreno instável.
Maleável.
Sou terra árida que nada cresce.
Sou fina chuva que tudo cria.
Em mim há desertos.
Construo oásis.

sábado, 4 de maio de 2019

Enquanto sou, vivo.
Enquanto vivo, sou.
A vida me arrasta.
Ela segue.
Tento acompanhá-la.
Ela é rápida demais.
Surpresa.
Caio.
Respiro.
Levanto.
Continuo.
porém, diferente.
Nunca a mesma, mas sempre (en)frente.

A vida é imprevisível.Que tola eu fui em pensar que podia controlá-la. Como sou ingênua em acreditar que meus planos garantem segurança. Só foi preciso um pano no chão pra me mostrar que estou errada. A vida é encadeamento. Rede de fatos e ocasiões que desembocam num fim e marcam um novo começo. Só foi preciso um pano no chão e eu cai. Abre-se enfim o mistério da queda. Nunca levantamos os mesmos. Por menor que seja ela nos marca. Ensina. Amedronta. Fortalece. Fortalece? A minha humanidade e fragilidade ficou clara no momento que cai. Agora tenho consciência que meu corpo não é de ferro, sou carne e ossos. E ossos fraturam. Ossos quebram. Sou nervos. E nervos ... Bom, nervos são sensíveis e fundamentais. Finas redes que conectam tudo e dão movimento. Gente, foi só um pano no chão. Como pode? Pode. E agora, diante da minha fragilidade, temo. Temo a vida e sua imprevisibilidade. Temo meu corpo e sua finitude vulnerável. E cá estou eu, nesse mistério que se revela e me assusta. A vida não se trata de justiça. Ela só acontece. Ela só se faz. Ela corre. Eu, tropeço em um pano no chão.  

O céu que arde na terra.

Celeste nasceu em noite estrelada. Filha única de um casal maduro que já havia perdido a esperança de procriar. Celeste nasce como um milagr...