domingo, 16 de agosto de 2015

Perdoe-me, mas não me console por favor.
Deixe-me sentir a dor.
Deixe-me sentir a vida.
Aqui reencontro meus sentidos.
Aqui refaço significados.
Sou descoberta.
Sou mistério.
Palavra simples.
Simplesmente palavra.
Silêncio.

Perdoe-me, mas não me console.
Porém aguarde. Acredite.
Seja presença.
Permita o tempo.
O movimento.
A costura dos retalhos.
O desembaraçar dos nós.
Deixe correr.
Acontecer.










Eu tenho pressa para ter mais paciência. Não aguento mais me perturbar com essa calmaria. Eu quero o mais que existe no que ainda não. Eu quero a possibilidade de transformar o que aí está e parece ser fim. Quero poder aproveitar tudo o que der da finitude. Ter certeza de que me manter incerta e duvidosa é o melhor. Quero poder ficar satisfeita com o vazio. Ser preenchida pela falta e encontrar nos meus desencontros as respostas para as milhares de perguntas que ainda não fiz e talvez jamais formule. Deus, como eu quero. Ah, como eu quero. A vida que me assombra e encanta que ela possa sempre ser esse espaço a frente. Que no dia que for partida que eu possa mesmo ainda havendo esperança aceitar despedir-me. E que haja nesse instante a dúvida: e se eu tiver mais um dia? E que me sobre o desejo: só mais uma poesia.

O céu que arde na terra.

Celeste nasceu em noite estrelada. Filha única de um casal maduro que já havia perdido a esperança de procriar. Celeste nasce como um milagr...