sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Desligue-se.

Como se lembrar de algo que nunca virou memória? Você é uma ausência que teima em se fazer presente. Não há mais tempo para nós. Você está prescrito em minha vida. Os ecos de tudo o que não vivemos me perturba a noite e fica difícil dormir. Prefiro o silêncio do quê essa repetição de falas ensaiadas. Desligue-se. Talvez assim eu possa continuar sem sentir o peso da saudade do que nunca aconteceu.

Deixe-me com as lembranças criadas pelo meu coração. Não preciso da realidade para sonhar. Minha imaginação cobre os espaços que você deixou em aberto. Não há mais tempo para nós. Esse lugar ficou vazio e é assim que quero mantê-lo. Deixe-me aqui. Deixe-me assim. Nossas estradas são paralelas. Nunca se cruzarão. Não quero reviver algo novo.

Fico apenas com o sabor daquele riso que se apagou na mente. Fique nessa parte da vida que não há recordações. O que há entre nós é apenas um dia. Aquele instante que nem sei mais se é verdade ou mentira. Não importa. Esse é o único fragmento que quero ter. Deixe-me mais uma vez. Agora, por favor, desate esse nó que teima em manter unidas nossas vidas. Deixe-me.

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