Ouvi de ti sobre minha primeira infância. Precisava entender minha origem. Enquanto falava do meu início senti que era pequena mais uma vez. Meu coração acelerava. A garganta apertada e o choro se formava por detrás do olhos. Estava ali, tão frágil e, tentava, enquanto adulta que sou, acolher a infância que transbordava em mim. Então, de repente, me vi em teu colo. Meus olhos sentiram e deslumbraram a possível tristeza que foi ter vivenciado a despedida e a chegada. A solidão de ter encarado a maternidade sem par. Eu me vi ali, em teus braços, e percebi que na sua força havia tanto sofrimento. Naquele momento entendi que foi difícil estar sendo berço para mim quando seu coração pedia acalanto. Enquanto te ouvia, pude entender a dor e aceitar as faltas. Não havia culpados. Às vezes, simplesmente, a linha da vida se enrola e forma nós que não podem ser desatados. Não há culpados. Que haja paz entre nós. Obrigada por ter ficado, mãe.
Aqui se lê sobre tudo o que interessa a quem escreve. Tudo muda constantemente, inclusive as opiniões. Aqui se encontra uma escrita livre que se impulsiona pelo desejo de expressar-se. Sinta-se a vontade para questionar e criar. No dia a dia construo minhas ideias e elas diariamente me desconstroem. Nessa costura que faço na minha rotina compartilho com vocês os retalhos e que possam, assim, remendar seus seres.
segunda-feira, 22 de abril de 2019
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