segunda-feira, 22 de abril de 2019

Eu não sei quando foi que comecei a gostar de escrever. Não sei quando foi que surgiu em mim a vontade por poesia. Eu acho que meu prazer por escrever veio do silêncio. Da percepção que nem toda palavra é bem vinda e que nem todo dito é compreendido e acolhido. Acho que surgiu daí a minha ânsia pela escrita. A poesia veio como consequência. A poesia é o esconderijo que me revela. Escrevo para libertar meus silêncios, meus mal-ditos. A poesia é possibilidade de comunicação afetiva. Na poesia eu posso brincar e fingir que sou, sem ser e não ser, quando sou. Lembro que adorava, quando pequena, a atmosfera do mistério. Gostava de ficar só imaginando, pensando, escrevendo histórias, roteiros, e sentimentos. Criava personagens e fingia outras vidas. Sempre tive diário e para escrever nele não podia ser de qualquer jeito. Tinha que ser especial. Tinha que ser verdadeiro, mesmo quando era mentira. Ah, meus diários. Guardo alguns até hoje. Tenho um caderno que possuo desde os 13 anos. Lá, tem tanta coisa guardada. Tanta lembrança. Tanta poesia. E tanto silêncio.

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