quinta-feira, 26 de julho de 2012

Solúvel Eu.

Quanto mais eu me espalho, tanto mais me envolvo, mais eu me perco. Me dissolvo feito sal em lágrima quando estou com. Quanto mais com mais sem mim. Perdida em mim. Perdida de mim.

Evaporo-me feito ar nos poros do estar. À procura de se perder entre tantos caio nos barrancos de minha alma e fico lá. Sem esperar, sem querer, sem tentar.

No meio de alguns sou nenhum. Sou massa espalhada pelos braços e abraços, e sorrisos enfeitados. Palavras soltas sobrevoam na estranha comunhão de corpos que não se tocam. Corpos que verdadeiramente não se tocam. Enrroscam-se sem ter ideia do que os enlaçam. Corpos que se tocam e apenas toque, nada mais.

Nesse caldeirão viro mistura. Nesse mar sou espuma, pois quanto mais me espalho, tanto mais me envolvo, quando mais estou com, mais eu me perco, mais eu me esqueço.

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