sábado, 16 de fevereiro de 2013

"Como o morango tem gosto de morango, assim a vida tem gosto de felicidade;"

Durante a tarde me peguei observando um grupo de garotos brincarem. Eles eram sete e se divertiam em um brinquedo inflável que se assemelhava uma montanha enorme a ser escalada e devastada. Pelo menos era isso que parecia aos meus olhos e acredito que aos olhos daqueles garotos também. Eles brincavam de chegar no alto da "montanha" e dali defendiam-na e tentavam impedir que os outros subissem. Era uma avalhanche de crianças. Quando uma chegava ao alto logo era empurrada ou puxada por outra e saiam rolando pelo brinquedo. Essa cena era repetida várias vezes. Eram chutes, empurrões, pulos, risadas, pedidos de socorro, pedidos de ajuda, reclamações, pragas soltas pelo ar e muitos pés e mãos tentando se manterem firmes no alto. Lá em cima como reis.


Fiquei um bom tempo olhando aquela cena. Era tão bom os risos. O brilho dos olhos deles, mesmo distante, iluminava a minha alma. Ficamos eu e meu cachorro a olhar. A invejar aquela inocência e alegria. Aquele momento era pura magia. Um divertimento sem igual. Às vezes me pegava assustada, com medo de que algum garoto caísse do brinquedo, mas eles não se preoucupavam com nada, não tinham tempo, estavam batalhando pelo alto da "montanha".



E daí, me lembrei de alguns dias atrás. Não faziam muito tempo. Um tempo que foi ontem. Quando estava  com meus amigos brincando na praia, no mar. Fazendo qualquer tipo de travessuras. Soltando altas gargalhadas e despertando a atenção de alguns adultos e até crianças que nos rodeavam. Ontem brinquei como aqueles meninos estavam hoje se divertindo. Passiei um pouco mais nas lembranças e fui para mais ou menos um mês atrás. E lá estavámos de novo, em uma piscina, rindo e brincando como crianças que nada viam a não ser os amigos ao seu redor. Lembro de pensar nesse dia que nunca tinha visto um amigo meu rir tanto. E até pensei: Ele ri tão bem. Poderia fazer mais vezes.

E, recordo de duas trocas de palavras entre dois amigos. Estavámos observando um bebê que engatinhava na areia e ele acabará de ter a língua de um cachorro passando por sua boca. E soltará um sorriso e tinha adorado aquilo, então meu amigo disse:
- Criança é uma graça. Acha tudo tão divertido.
e o outro lhe respondeu:
- Mas é. Não sei porque os adultos se esquecem disso.

É, não sei porque nos esquecemos disso.




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