domingo, 13 de novembro de 2011

O senhor da vida.



Tempo é o que nos move. O que nos fascina. O que nos amedronta. Tempo é tudo e também nada. Tempo é o que esperamos. A cada pensamento ele está explícito ou implícito. 

Se pudéssemos tê-lo sobre nosso controle, o que faríamos?  Estendê-lo, encurtá-lo, retrocedê-lo, adiantá-lo. O que fazer? É ele quem nos domina.

Poder voltar ao passado e dizer aquelas palavras que ficaram presas na mente e nunca mais puderam ser ditas.  Ou então, silenciar naquele instante em que a raiva o cegou e a boca fugiu do controle da razão. Dar aquele abraço no amigo que saiu pela porta e simplesmente não apareceu mais. Desculpar-se por não ter sido alguém em que se pudesse confiar naquela situação, naquela exata situação. Não estar na hora certa no lugar errado por que se atrasou um minuto para o encontro com aquele assaltante até o momento desconhecido. Ou quem sabe passar um pouco mais cedo? Um minuto, apenas um minuto e tantas coisas poderiam ser diferentes, mas o tempo não é condescendente. Com ele não tem conversa. Ele corre célere e não volta atrás e nem adianta suas decisões. 

Imagine se ele nos permitiria ir um pouco mais a frente e visitássemos nosso futuro? Que graça seria. Poderíamos ter um vislumbre da condição de nossa vida e quem sabe rever algumas atitudes e escolhas no presente a partir do que fosse presenciado. Ele não faria isso. Essa oportunidade nos daria tudo. Teríamos o controle das variantes de nossa existência. 

O tempo é tudo. O tempo é nada. Ele não se submete. Ele não perdoa. Mas, ele acolhe. Mostra-te que não há nada melhor do quê deixá-lo passar. Dá medo. Pois, ele nada te garante. Deixa tudo incerto. Ele arrasta tudo, tudo, simplesmente tudo, não deixa nada. 

Tão majestoso. Soberano da vida. Não há como curvá-lo a nossos anseios. Tentamos usá-lo, aproveitá-lo, mas nunca é suficiente. Ele não é suficiente. Seu sabor é efêmero. Como fazer com ele? O que fazer sem ele? 

Tempo. Ah, o tempo! 

3 comentários:

  1. "Como fazer com ele? O que fazer sem ele?". Ou, se poderia dizer também "O que fazer com ele?". O fato é que o tempo é indiferente às nossas vidas.

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  2. É, ele só está preocupado em cumprir o seu trabalho que é ser passageiro.

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  3. É. Vou escutar Time, de Pink Floyd, agora.

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