quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O amor maduro.



"Poderíamos dizer, embora soe esquemático, que há três momentos no desenvolvimento de um amor maduro: paixão, desilusão e aceitação da realidade.

No primeiro momento, o amado é alguém maravilhoso, não tem defeitos, ninguém é melhor que ele, está terrivelmente idealizado, quase endeusado. O amado fica engrandecido e, em troca, a pessoa vai diminuindo, a ponto de não poder entender como alguém tão perfeito pode ter reparado nela.
No segundo momento, começamos a perceber algumas imperfeições na pessoa amada. Vemos que em determinadas situações seu caratér não é o melhor, que em algumas coisas se engana, e esses traços, que já existiam, mas que a paixão nos impedia de perceber, geram dor e desilusão; e assim como no primeiro momento já queríamos nos casar e ficar juntos para toda a vida, neste segundo momento é provável que queirámos que ela vá embora para sempre.
(...)
O amor seria um terceiro momento no qual vemos o outro como é. Nem tão idealizado nem tão degradado. Não é nem Deus nem o diabo. Desfrutamos de suas virtudes e aceitamos as suas faltas. E, apesar delas, nós o aceitamos e podemos ser felizes ao seu lado. Só ai podemos falar de um amor maduro com possibilidades de se projetar no tempo de uma maneira saudável. Por que a chave do amor, como disse certa vez meu psicanalista, está em reconhecer os defeitos do outro e perguntar-se sinceramente se podemos tolerá-los sem ficar o tempo todo reclamando, e ser feliz apesar deles."
(Trecho do livro História de divã: oito relatos de vida de Gabriel Rolón)

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