domingo, 13 de janeiro de 2019

Parece que todo mundo guarda dentro de si retalhos de um eu que se perdeu em algum lugar no tempo. A história vai passando e vamos seguindo. Não há outro percurso. Só há o seguir. E de repente, acordamos e estranhamos aonde estamos, como estamos e quem somos. Floresce a saudade. Ressurge a falta. Há uma necessidade de renascer. Reviver quem sabe um pedaço daquele eu, lá de trás. Aquele eu que está ali reservado pela idealização das lembranças. Revisitamos as falhas. Há falhas? Todos nós, parece, têm saudade de um eu de outra época. E, ilusoriamente, buscamos vivê-lo em algum momento. Quase como um sonho. Uma fantasia. Por um dia ou por uma noite, ou talvez algumas pequenas horas, entregamos-nos ao antigo personagem que nos servia e sentimos que ali há um reencontro. Depois, pouco a pouco, acordamos e vemos que foi apenas uma brecha que hoje não se encaixa mais. Porém, é um delírio válido que te escapa da rotina de ser quem é no momento que se está.


Quantos eus existem em mim com saudade de ser?

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