segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

"Nas ondas verdes do mar"

Repentinamente me vi diante do mar. Senti no rosto o vento com cheiro de maresia que brota do horizonte e diante dos olhos o mar dançou pra mim. Nos seus passos vi o cotidiano, o dia-a-dia que nos faz esquecer que há vida dentro de nós e que iremos passar. Estamos passando. 

Na imensidão daquelas águas lembrei do quão pequeno é o tempo. Pequeno demais para nós. Pequeno demais para ti. Em mim o tempo passea. Brinca com meus anos e cansa os meus dias, pois ele corre depressa e não posso alcançá-lo. Quem é que pode? Tu não pôdes. Fosses engolida por ele. Iremos todos.

No movimento das ondas vi o mistério que nos envolve. A forma como ele balança, ligeramente muda seu curso e não consigo perceber esse momento. Descubrir o instante que as coisas se transformam, mudam de tal modo que não sabemos o ponto onde tudo aconteceu. Estamos em outro lugar sem ter ideia de como nossos passos nos levaram até lá. Até aqui. Estou agora. 

Eles se cruzam e depois se separam. É assim que somos nós. Foi assim que fomos nós. Em um minuto estávamos aqui a fazer planos e no outro estou eu a recolher retalhos dos sonhos que se chocaram nas pedras. Sim, ainda estou navegando. Meu navio continua a navegar. Ele é forte, tem medo demais para naufragar, mas o mar tem seus mistérios.

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