terça-feira, 17 de maio de 2011

Prisão sem grades

Chegou a hora. A luz atravessou a parede e tudo ficou escuro. Todos correm para os seus lugares. Um breve aquecimento para não haver erros. O cenário é verificado, está perfeito, nada pode estar fora do seu devido lugar. Esqueça tudo que você estava fazendo, é preciso se apagar e deixar surgir aquele que te faz ficar firme. Uma fina camada entre você e o mundo se estende, mas ao contrário do que parece essa cortina não é de lã, e sim de ferro. Assim, você assisti a tudo de um lugar que ninguém possa te ver ou atingir. Você está protegido dentro de si mesmo. Olhando a tudo como a um espetáculo do qual não faz parte. Contudo, o tempo vai passando e aquele lugar que te protegia começa a sufocar. E por mais que se tente sair, que se tente voltar pro palco o muro que inicialmente foi construído com o intuito de te defender, aprisiona-te em ti, e então, você é forçado a ver um estranho vivendo sua vida, enquanto estais perdido dentro de tuas vísceras corroendo-se internamente sem ninguém notar.

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