sábado, 16 de dezembro de 2017

Lançamento.

Eu estava ali.
Vivendo. Sonhando.
Recebendo diante da porta todos com um abraço.
Eu era imensidão.
Olhar no rosto de cada um e sentir em mim tamanha gratidão
me deixou inteira.
Transbordei.
A cada olhar eu recebi carinho.
Minha alma foi lavada e renovada.
Esse laços foram remontados e fortalecidos.
Chorar poesia com vocês foi incrível.
Senhor, se na vida eu puder carregar pra sempre uma lembrança
conserve em mim a sensação de ter sido querida e amada como fui no dia 10 de dezembro de 2017.
Obrigada!


Tem dias que me acordo sedenta.
Simplesmente acordo como uma pedinte faminta.
Eu quero a vida.
Sinto meu peito abrir-se.
Projetar-se para fora.
Eu quero a vida.
Uma força surge no meio do meu ser.
Uma energia que pede para ser explorada.
É forte. Intensa. Grande.
Não cabe em mim.
Nesse instante danço.



quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Meu livro já não é mais meu.




Quando comecei a pensar no processo de produção do livro eu não achei que fosse possível tê-lo. Desconfiei. Insegurança!

Escrevo desde cedo. Tenho muito material espalhado entre cadernos e redes sociais. Durante muito tempo escondi o que produzia e não divulgava meus textos.

No meio desses retalhos de textos e poesias não quis que a escolha do material para o livro fosse um fardo e algo cansativo, então procurei aquelas que estavam mais perto de mim. Não entrei a fundo num processo de pesquisa de tudo que tenho produzido. Com o tempo, veio bastante dúvida, receio e medo. Pensamentos como "Caramba, eu devia ter inserido aquela poesia" ou "Poxa, não era pra ter colocado essa". Decidir o material, a ordem, a forma, o modelo, tudo isso foi de uma maneira bem espontânea e sem grandes pretensões. Não havia na minha cabeça nenhuma estratégia ou construção bem delineada. Na verdade, sinto falta de alguns textos. Enfim, tudo ficou pronto. E nossa, essa porra é possível! Perdoem o palavrão.

Ok! Agora é hora dele ser compartilhado. E é quando a magia começa a acontecer de fato. Meu livro não é mais meu. Ele se transforma e ganha diversos sentidos a cada nova leitura. Descubro que a cada leitor tenho um novo livro. Perceber que cada pessoa reconhece de uma forma única e singular o que ali está escrito, é magnífico. Nesse momento eu vejo que quando lançamos algo pro mundo essa coisa é transformada a cada encontro.

Isso me faz pensar sobre comunicação. Sobre o quanto nós podemos até saber o que falamos, mas não controlamos e dominamos o quê e como o outro vai escutar. Esse processo é sempre uma surpresa e uma construção. E o mais legal é que os sentidos que estão sendo dados sobre o que vem sendo lido vem me fazendo reler minhas próprias poesias por outras perspectivas. Vê que viagem louca!

Estou adorando os questionamentos. Estou adorando os " Oh, Crispim, tu escreveu isso pensando nisso foi? Tu sabe que lembra muito tal coisa né? Tu já experimentou ler ela desse jeito?

Ai que delícia. Melhor do que escrever um livro é saber como ele está sendo lido.

P.S.: Adorarei saber a opinião de cada um sobre o que leu e os significados percebidos em cada poesia. Dividam comigo, tá?

Caso  vocês desejem um exemplar do meu livro é só entrar em contato pelo e-mail: andrezacrispim2@gmail.com que encontramos uma solução.

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Carta para meu/minha cliente.

Caro(a) cliente,

Quero admitir que nossa relação nem sempre será fácil. Iniciamos com muitas expectativas e a principal delas se resumi aos sentimentos de acolhimento, cuidado e confiança. Esse tripé constituí a nossa relação e é o que se espera que se baseie um processo psicoterapêutico. Sim, esse tripé é fundamental. 

Nosso início é delicado. Você não me conhece. Eu também não faço idéia de quem és, porém, você está aqui diante de mim compartilhando sua história com a esperança de que isso seja transformador. E acredito que será. Após um tempo percebemos que nosso relacionamento está mais leve. Sem tantos receios e desconfianças. Ambos estamos mais confortáveis aqui. Há entre nós acolhimento, cuidado e confiança.

E é exatamente por acreditar nesse tripé que construímos e que estamos, constantemente, fortalecendo que lhe reafirmo: nossa relação nem sempre será fácil. Eu direi coisas que vão lhe machucar. E confesso, às vezes, vai doer em mim também. Porém, tais coisas serão essenciais, acredito eu, para o trabalho que VOCÊ se propôs da autodescoberta e do desvelamento da sua verdade interna. Eu não pretendo lhe poupar.

Quero deixar algo claro: eu NÃO trabalho PARA você. Eu trabalho COM você. Isso demarcará a nossa relação. Eu não lhe sirvo. Eu não lhe obedeço. Eu lhe ACOMPANHO no seu processo de autoconhecimento e minha função é facilitar e cuidar do processo e da forma como lida com ele. Então, em alguns momentos, serei dura com você. Não será gratuitamente, eu garanto! Procuro ser honesta quando você recorre a mentiras. E isso, geralmente, é um saco. Eu sei, mas me preocupo com a sua autenticidade.

Assim, quando você finge, revelo. Quando esconde, encontro. Quando foge, aponto. Quando você fala, escuto. Quando cala, eu falo. Quando escurece, acendo. Quando segura o choro, exponho. Quando sufoca a raiva, a ressalto. Quando debocha, fico séria. Quando evita, atraio. 

Irritante né? Eu sei. Dói. Eu sei. Não vou lhe pedir desculpas por isso. Faz-se necessário para crescer. Estou bem aqui para ser honesta com você e ajudá-lo(a) a ser consigo mesmo. Eu lhe respeito e tento a todo custo cuidar para que também se respeite. Eu lhe vejo como sujeito capaz, livre e potente. Não vou lhe subjugar. Não vou diminuí-lo(a). Olho para a saúde e considero que a verdade liberta, apesar de suas inconveniências. Acredite, considero seus limites. Procuro seguir seu ritmo, seu tempo, seu momento. Ficarei atenta para não extrapolar sua capacidade de perceber e lidar com as coisas, no entanto, haverá circunstâncias em que vou apertar esperando que se supere. E em algumas situações você vai. Nesse ponto reafirmamos nosso laço. 

Nossa relação é pautada no acolhimento, cuidado e confiança. Estou aqui com você. Sou presente. Disponível. Apoio. Confie. Você vai me odiar em alguns momentos. Só quero lhe dizer que entendo. Espero que isso lhe faça bem.


Atenciosamente,

Sua psicoterapeuta. 

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Sim, eu tenho um livro.


Todos nós temos sonhos íntimos. Sonhos que aparecem na mais tenra idade e vai nos acompanhando na nossa história. Todos nós também temos aqueles (ou aquele) sonhos que sentimos que são apenas sonhos. Às vezes, nem temos a grande ambição de torná-los realidade. Eu tive o meu, como eu  acredito que todo mundo o tenha. Desde pequena gostei de escrever. Desde que me entendo por gente (e olhe que foi cedo esse processo) uso a escrita como refúgio e expressão. Escrever era meu segredo, minha privacidade, meu íntimo. Na medida que fui crescendo fui tornando público esse meu relacionamento com as palavras, porém ainda de maneira tímida e cuidadosa. Guardava dentro de mim minhas fantasias, expectativas e aspirações de quem sabe um dia, um livro. E, a vida como sempre surpreendente, me dá a oportunidade de concretizar esse desejo. 

PUTA QUE PARIU! Eu publiquei um livro. Perdoe-me os mais puritanos, mas tem sentimentos que só se expressam através de um palavrão e PUTA QUE PARIU é a maneira mais autêntica que tenho nesse momento pra comunicar que, UAU! Publiquei um livro. 

Um livro de poesia. Logo ela que me salva de mim mesma e traduz o mundo pra mim. Logo ela que é terreno de afeto e dúvida. Logo ela que é tão magnífica. Sim, poesia. Com um título polêmico (Como disse meu amigo), Não Leio Poesia veio para massagear meu coração. São 100 páginas de simplicidade, bobagens e obviedades. São 100 páginas que transmitem um pouco do que penso, sinto e vivo. O que desejo agora é que de alguma forma essa obra possa tocar o outro. Que de alguma maneira alguém possa ver sentido no lido e ser encantado. Poesia é emoção. Que o livro (O meu!) possa emocionar. 

Aqui está o link onde você pode ver esse projeto: http://editora.leoescreve.com.br/2017/08/nao-leio-poesia-sinopse-em-seu-livro-de.html e caso você deseje o exemplar impresso entra em contato comigo pelo e-mail andrezacrispim2@gmail.com que a gente resolve isso.


Gratidão, esse é o sentimento. Obrigada!

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Sobre o nascer. Sobre partir.

Ao ato do nascimento dão o nome de parto, pois desde o momento em que nascemos somos partida. Partimos do ventre de nossa mãe e a partir dali estamos em constantes despedidas. Sempre em frente. Sempre adiante. Somos parto e não há como evitar. Para nascermos temos que partir.

O ato de nascer se configura com a nossa saída de um ambiente confortável e seguro para um novo espaço repleto de desafios. Vejo agora que nascer, viver e crescer se faz com constantes despedidas dos nossos pais. É um novo parto/nascimento quando saímos de seu teto, quando casamos e vamos formar a própria família, quando trabalhamos e vamos pagar nossas próprias dividas, quando temos nossos próprios filhos e vamos nos descobrir pais e mães. A cada fase de nossa vida há um novo reencontro com essas figuras. A medida que a criança cresce ela vai descobrindo novos pais. Hoje, enquanto mulher adulta, independente financeiramente e que não habita o lar materno, tenho a oportunidade de descobrir uma nova mãe para mim. E essa nova descoberta se deu graças ao meu parto e consequentemente ao meu nascimento como mulher e não mais como adolescente.

Nascer é partir. Viver é partir. É comum usarmos a expressão diante da morte: Ele(a) descansou. Talvez, nesse instante, a gente reconheça que a vida é constante movimento e, em certa medida, cansativa, pois estamos sempre partindo. Na morte há o descanso. Há a chegada. Na vida existe a constante inquietação para seguirmos, para continuarmos, para partirmos. O ser humano não se contenta e não se conforma com a quietude de se estar onde se estar, pois constrói sua história em cima de partidas. Nós nascemos para partir e é nesse movimento de ida que a gente se fundamenta. Que possamos aceitar as nossas partidas em sentido para novos (re)nascimentos.

Andreza Crispim
Psicóloga CRP 02/17314
Psicomotricista relacional
@psicoterapiafalemais

sexta-feira, 30 de junho de 2017

No silêncio da tua face. Na covardia do meu coração.

Quando vejo seu rosto descansado percebo nas linhas dos seus olhos a expressão de dor. Existe um certo sofrimento nas suas sobrancelhas. Meus olhos se enchem de lágrimas por imaginarem o que habita dentro do teu coração. Queria poder te colocar no colo e aliviar essa tristeza que noto na tua face. Queria poder cantar aos teus ouvidos sentimentos bons que pudessem amortecer essa angústia que pressinto na tua alma. Porém, fico apenas aqui te observando do sofá, fazendo poesia e pedindo a Deus pra que quem sabe algum dia essa agonia seja amenizada e que eu possa olhar pro teu rosto e ver uma ponta de serenidade. Aprendi a acreditar em milagres graças a sua fé. E é acreditando nessa sua fé que rogo pra que ela seja forte o suficiente pra Deus lhe dá atenção nos seus murmúrios. Por enquanto, mantenho meu silêncio e aqueço meu coração esperando que de alguma forma esse acalento chegue a ti.

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Sentimento bom é aquele que a gente coloca pro mundo.

Vou desabafar uma ideia com vocês: sentimento pra completar uma transformação ele precisa ser expresso. Sim, porque o sentimento chega propondo uma transformação. E isso é com todo sentimento, seja a alegria, a tristeza, a raiva, o nojo, o orgulho, a vaidade, a paixão, a compaixão ... nenhum sentimento chega pra manter as coisas como estão. Ele vem sugerindo algo sobre o que está sendo vivido e para que ele complete seu ciclo ele precisa de expressão.

Pensa nisso: quando você sente uma alegria e não conta pra ngm e nem a comemora, o que acontece? Parece que a alegre se emudece. Perde força. Fica sem graça, num é? E quando a gente divide ela com alguém ou sai saltitando e batendo palmas pra si mesmo o corpo ganha energia. Fortalece-se. O mundo brilha. Você acende e se torna mais vívido, mais ousado, mais atraente e interessante.

Isso também ocorre com a tristeza. Quando solitária ela se torna peso, amortece, enfraquece, sufoca, isola. Quando compartilhada vira cachoeira, dilui-se, pode atrair apoio, possibilitar carinhos, enxergar possibilidades...

Somente na relação com outros e na expressão de nós mesmos conseguimos encontrar sentido pras experiências de nossa vida. Nossos afetos precisam encontrar espaço pra eles poderem ser, aparecer, causar e realizar mudanças. Não é fácil. Porém, existe um mundo de possibilidades e você pode até se surpreender ao notar que existem pessoas que não irão lhe rejeitar com isso, na verdade, você poderá receber um acolhimento que jamais experimentaria se continuasse a viver escondendo, negando e sufocando a honestidade de suas emoções. 

Que cada um de nós possa ter alguém pra que com ele/ela sejamos fiéis e honestos com nós mesmos. 

Foto: Thyeri Bione

sábado, 27 de maio de 2017

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Sonhadora

Tantos sonhos acumulados pelo medo de não conseguir realiza-los​.

Pequena reflexão de meio dia

É importante deixar claro que o processo de assumir o próprio desejo, de tomar consciência dos próprios sentimentos e se apoderar de suas escolhas não acontecem sem certa dose sofrimento, ajustes, reajustes e conflitos.

Uma notícia: não dá pra se realizar na vida sem passar por situações de crise e conflitos. É inevitável, gente.

Ter coragem pra caminhar é imprescindível. Duas coisas: autoestima e auto-confiança. Como estão essas duas características na sua vida e como você percebe que elas interferem nas suas decisões e na sua rotina?

sábado, 20 de maio de 2017

Sobre inverdades.

Olhei nos seus olhos e mais uma vez consegui mentir para mim mesma.

Tchau poesia.

A poesia morreu em mim.
Agora só há a rotina seca, crua e sem rima.
A poesia partiu e deixou apenas a sensação
de que as coisas podem ser melhores, mas não estão.
Não são. 
E agora eu não sou.
Já fui.
Quem dera um dia ser.

O chão é um ensino. (Manoel de Barros)

Há algo de mágico em despojar-se no chão. Eu diria até sagrado. Você já tentou? Aqui embaixo eu faço as pazes com a minha insignificância e peço a Deus para continuar apesar da imensidão do céu, da confusão no meu coração e de tudo mais que não tenho controle. Apenas desejo seguir em frente sendo pequena com o coração ardente pra se alcançar uma vida grande. Uma vida digna. Uma existência poética.


quinta-feira, 18 de maio de 2017

Prece 2

Que Deus me dê forças para suportar a vida cheia de arrependimentos que venho desenhando para mim.

sábado, 6 de maio de 2017

Meu telefone, meu escudo.

Já faz um tempo que venho pensando sobre algo: Como a tecnologia, em especial a evolução e a versatilidade dos celulares vêm mascarando a sensação de solidão e constrangimento em certos lugares e situações. Pense bem, quando estamos em alguma situação de espera, como em filas de banco, médicos, mercados, ou sei lá mais aonde, o celular surge como um recurso muito útil para lhe distrair. Nessas circunstâncias as vezes consigo me sentir menos sozinha e entediada, pois posso estar em interação com outras pessoas ou realizando alguma tarefa paralela ao ato de esperar. Eu sinto minha atenção dividida, repartida, entre o ato de ficar atenta à espera (sim, a espera precisa de atenção e concentração) e a movimentação ao redor e ao ato de me distrair daquela ação de espera. 


Notei o quanto, depois do celular, o constrangimento diante de uma outra pessoa desconhecida que está ali no mesmo ambiente que você, passando por experiência semelhante, ou até dividindo uma tarefa  com você, fica minimizado. O celular virou uma proteção. Lembro quando precisei realizar uma perícia médica e estávamos lá, eu e o médico, sentados um em frente ao outro, tendo um objetivo a cumprir sem nos conhecermos. Concluímos a avaliação e agora só era necessário a impressão do meu laudo, nesse momento o computador não consegue realizar a operação e nós precisaríamos então, esperar. Ali, no vazio, não sabíamos o que fazer e nem como lidar com aquela demora e inconveniência tecnológica. Notei que o médico recorreu ao celular, para poder me afastar de modo educado, suave e sútil. Ali não precisaríamos conversar mais, afinal de contas já tínhamos cumprindo a finalidade do nosso objetivo, para além disso estaríamos ultrapassando a barreira do profissional e cairíamos talvez no simples jogar papo fora e isso é, as vezes, ansiogênico. Eu também procurei em alguns momentos meu aparelho para me proteger daquele inevitável contato e ficamos assim, envergonhados e ao mesmo tempo não. Quando finalmente a impressão foi realizada a minha sensação foi de alívio. 

Eu percebo o quanto essas minhas sensações são recorrentes em outros espaços e o quanto estou em muitos momentos afastando de mim a possibilidade de entrar em contato com outra pessoa desconhecida em circunstâncias que me causam constrangimento. Pois é incomodo ignorar uma presença. É desconfortável estar diante de outra pessoa que está dividindo algo com você, nem que seja o serviço, e não levá-la em consideração para uma conversa a toa quando surge esse espaço de vazio. Afinal de contas também não suportamos o silêncio diante do outro. É! Penso que para algumas pessoas, é assustador ficar diante de alguém em silêncio. Esse vazio é intimista. A presença é solicitante, é convidativa. Ela nos pede ação. 


Esse fim de semana participei de um curso onde logo quando cheguei a facilitadora comentou de outras 2 integrantes que haviam chegado antes de mim: olha só, antes de elas terem a senha do wifi estavam conversando e rindo horrores, e agora olha como estão. Estava cada uma mexendo em seu celular, eu prontamente pedi a senha também. A tecnologia ao mesmo tempo que me dá oportunidade de estar presente e de ter presente amigos distantes, também me afasta da possibilidade de aprofundar conversas bobas e encontros casuais.

Eu estou só e ao mesmo tempo não estou só. Estou constrangida pela presença estranha que me solicita interação e ao mesmo tempo não estou disponível pois estou ocupada com o telefone. É essa dualidade que vem me trazendo estranheza e questionando alguns comportamentos. Que tal pensar se o modo como você vem utilizando o celular está te aproximando ou te afastando das pessoas? O que você evita quando recorre ao telefone em algumas situações? O que quer esconder? O que quer mostrar?

Andreza Crispim
Psicóloga CRP 02/17314
Psicomotricista relacional
@psicoterapiafalemais


O tamanho dos seus sonhos

Se eu pudesse escalava todos os meus sonhos insatisfeitos só pra ver até onde eles iriam, mas tenho medo de altura.
Um dia me fizeram a típica pergunta: o que você quer ser quando crescer? Nem sei mais o que respondi.

Hoje, já grande, talvez não o suficiente ainda, penso que o quero ser é apenas Ser.

Arte moderna.

A arte de agradar aos outros para acariciar a própria alma.

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Desabafo de alguém que não está com a vida ganha.


"Às vezes é preciso parar para produzir mais e melhor". Essa frase saltou na minha cabeça e depois se fez presente por todo meu corpo e ser. Sim, as vezes é preciso parar, diminuir o ritmo, minimizar as tarefas, cair no tédio para produzir mais e melhor. Encher-se de atividades e afazeres não significa que você está sendo de fato produtivo. Geralmente, por estar tão repleto de coisas não consegue se dedicar integralmente a nenhuma delas e é como se você conseguisse fazer tudo, mas não com aquela qualidade que sabe que é capaz. Além de, em alguns momentos, perder de vista o prazer e os resultados de cada conquista, pois está sendo o tempo todo tomado por algo que precisa ser feito e realizado.

Hoje sinto-me mais realizada com o meu trabalho quando percebo que exerço uma atividade que gosto imensamente e esse trabalho não me suga o tempo, as energias, as forças, o tédio, a criatividade e as esperanças. Hoje, tenho tempo para visitar minha mãe, ver minhas séries, ler um livro, estudar meus conteúdos, olhar pro teto, mexer no celular sem tanta culpa, acordar mais tarde, ligar o foda-se e muito mais. Hoje, sinto-me verdadeiramente produtiva. Estou em sintonia com as minhas atividades. Estou repleta de incertezas, mas enlouquecidamente, encontro-me mais tranquila e com espaço pra crescer e construir. Sinto medo em alguns momentos, mas e daí? As coisas seguem. 

Desacelerei pra curtir mais a paisagem. E quer saber? Está sendo uma boa viagem.


insônia.

nessa inquietude onde perco o sono procuro sinais de uma paz a tanto esquecida.
no meu peito não há angústia e muito menos alegria.
o que existe é confusão.
é tudo e é nada.
só há o mundo aqui e em mim não há lugar pro mundo.
estou em paralelo.
perdi o eixo.
finjo ser centro.

sábado, 15 de abril de 2017

Poesia não vem da razão.

Não adianta insistir. Poesia não vem da razão e muito menos da vontade própria.
Poesia vem do grito que fica preso nas entranhas e se liberta no momento que encontra um suspiro.

Não adianta insistir! Poesia não vai nascer desse coração intranquilo com as contas do mês. Espera até que um desassossego ligado ao amor ou até que a angústia chegue pra se misturar com a leveza de uma tristeza ao amanhecer ou com a alegria de um fim de tarde pra poder, quem sabe, parir poesia.

Enquanto isso confere tua conta bancária e deixa para os tolos inconsequentes se divertirem com a amargura apaixonante de serem poetas.

Uma flor é uma flor. Uma flor não pode ser nada além de uma flor.

Quando nos preocupamos demais em como o outro poderá lidar ou reagir às nossas atitudes estamos tirando do outro o poder dele intervir e responder pela própria vida. Na verdade, quando eu me impeço de realizar alguma atitude com o discurso de não faço tal coisa para não chatear, magoar, estressar, importunar outra pessoa, quero dizer que tenho medo de não ser aceita, recebida e acolhida por esse outro. Eu, somente eu, sou responsável pelos meus impedimentos. A forma como o outro vai reagir não é minha responsabilidade, não é do meu controle. Eu só posso dar conta da minha vida.

Eu não preciso corresponder às expectativas alheias e os outros não precisam corresponder às minhas. Eu sou eu e você é você. Que possamos ser livres e nos respeitar nessa liberdade. Que possamos ser encontro. Que possamos ser. Eu posso lidar com minhas decepções e você pode lidar com as suas. Eu me liberto e o liberto também.

Foto: Mateus Melo.
instagram @imagemsonhada
_______________________________________
Siga o instagram @psicoterapiafalemais
e a página https://www.facebook.com/psicoterapiafalemais


tempo

As rugas marcam na pele as horas perdidas no relógio.

domingo, 2 de abril de 2017

Sobre ansiedade ...

A ansiedade me aponta para o futuro e seus riscos. A ansiedade me aponta para o futuro e meus receios. A ansiedade revela meus desejos e meus medos. Temo a ansiedade quando ela tenta me impedir de tentar e , de repente, me percebo aprisionado nas diversas possibilidades de fracasso e não consigo enxergar que há também chances diversas de sucesso. Fico estressado quando a ansiedade me faz esquecer do quanto eu sou capaz de lidar com as adversidades. Futuro não é certeza. Futuro não está pronto. Eu posso construir. Na verdade estou em reforma o tempo todo. Fico triste quando não noto o quanto a vida segue em frente inevitavelmente e que eu posso, estou e vou caminhar sobre ela, pois não posso, não estou e não vou ficar parado. Eu ando e andei sobre minha vida. Fiz algumas escolhas que me levaram por caminhos tortuosos, as vezes por perder de vista o meu desejo ou porque simplesmente não dá pra saber exatamente onde nossas escolhas vão nos levar. A vida é desdobramento e uma grande dose de surpresa. Fico chateado quando tento de todas as maneiras prever e controlar as circunstâncias da minha existência. Gasto tanta energia fingindo ter o controle das incertezas do futuro. Acabo exausto e deito na cama assustado com as milhares de coisas que fantasiei, e que pior, acredito nelas como se fossem reais.

Ai, a ansiedade tira o meu sossego. Saio do centro. Se eu pudesse aceitar que o futuro ainda não existe e acreditar na minha capacidade de sobreviver aos infortúnios imprevisíveis, talvez assim, a ansiedade pudesse ser uma boa conselheira e não o meu carrasco.

Andreza Crispim
Psicóloga CRP 02/17314
Psicomotricista Relacional
@psicoterapiafalemais

A psicologia e seus instrumentos de trabalho.

Os instrumentos de trabalho dx psicólogx são as coisas que mais temos dificuldades em olhar. Elx trabalha com nossos medos, receios e inseguranças. Observa nossas tristezas, magoas e decepções. Utiliza nossas frustrações para entendermos as imperfeições e prosseguirmos adiante apesar de tudo. Escuta nossos silêncios, interrupções e impedimentos. Fica atentx para a falta, pois sabe que por detrás dela existe um desejo. Acolhe a indignação, a raiva e a culpa. Cumprimenta a vergonha e a pede para se expor. Aceita a fantasia e a mentira, mas deixa claro o papel de cada uma. Abraça a inveja e o orgulho. Dignifica o fracasso. É paciente com a ansiedade. Respeita a fraqueza. Compreende o inexplicável. Sabe que a vida é o todo. Acredita na poesia da rotina. E após dar espaço ao que rejeitamos ampliamos nossas potencialidades. Psicólogx trabalha com qualidade de vida. Uma vida inteira, integrada e autentica. Uma vida repleta de possibilidades.

Andreza Crispim
Psicóloga CRP 02/17314
Psicomotricista relacional
@psicoterapiafalemais

segunda-feira, 6 de março de 2017

O silêncio na terapia

As pessoas pensam que terapia se passa pelo o que elas falam. Ah, não. Não mesmo. Terapia se passa pelo o que elas calam. São os nossos silêncios, na maioria das vezes, que apontam a direção dos nossos afetos e dos nossos entraves. É quando calo que o sentimento surge e pondera. A palavra vem pra calar um afeto. Por isso, importante falar sobre aquilo que nos silencia. Por isso, ir a terapia é tão difícil, porque não vamos falar do que falamos por aí, vamos falar dos nossos silêncios. E isso, é assustador. Mas garanto que haverão muitas revelações e sairemos mais despertos.

Andreza Crispim
Psicóloga CRP 02/17314
Psicomotricista relacional
@psicoterapiafalemais

O céu que arde na terra.

Celeste nasceu em noite estrelada. Filha única de um casal maduro que já havia perdido a esperança de procriar. Celeste nasce como um milagr...