quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Meu livro já não é mais meu.




Quando comecei a pensar no processo de produção do livro eu não achei que fosse possível tê-lo. Desconfiei. Insegurança!

Escrevo desde cedo. Tenho muito material espalhado entre cadernos e redes sociais. Durante muito tempo escondi o que produzia e não divulgava meus textos.

No meio desses retalhos de textos e poesias não quis que a escolha do material para o livro fosse um fardo e algo cansativo, então procurei aquelas que estavam mais perto de mim. Não entrei a fundo num processo de pesquisa de tudo que tenho produzido. Com o tempo, veio bastante dúvida, receio e medo. Pensamentos como "Caramba, eu devia ter inserido aquela poesia" ou "Poxa, não era pra ter colocado essa". Decidir o material, a ordem, a forma, o modelo, tudo isso foi de uma maneira bem espontânea e sem grandes pretensões. Não havia na minha cabeça nenhuma estratégia ou construção bem delineada. Na verdade, sinto falta de alguns textos. Enfim, tudo ficou pronto. E nossa, essa porra é possível! Perdoem o palavrão.

Ok! Agora é hora dele ser compartilhado. E é quando a magia começa a acontecer de fato. Meu livro não é mais meu. Ele se transforma e ganha diversos sentidos a cada nova leitura. Descubro que a cada leitor tenho um novo livro. Perceber que cada pessoa reconhece de uma forma única e singular o que ali está escrito, é magnífico. Nesse momento eu vejo que quando lançamos algo pro mundo essa coisa é transformada a cada encontro.

Isso me faz pensar sobre comunicação. Sobre o quanto nós podemos até saber o que falamos, mas não controlamos e dominamos o quê e como o outro vai escutar. Esse processo é sempre uma surpresa e uma construção. E o mais legal é que os sentidos que estão sendo dados sobre o que vem sendo lido vem me fazendo reler minhas próprias poesias por outras perspectivas. Vê que viagem louca!

Estou adorando os questionamentos. Estou adorando os " Oh, Crispim, tu escreveu isso pensando nisso foi? Tu sabe que lembra muito tal coisa né? Tu já experimentou ler ela desse jeito?

Ai que delícia. Melhor do que escrever um livro é saber como ele está sendo lido.

P.S.: Adorarei saber a opinião de cada um sobre o que leu e os significados percebidos em cada poesia. Dividam comigo, tá?

Caso  vocês desejem um exemplar do meu livro é só entrar em contato pelo e-mail: andrezacrispim2@gmail.com que encontramos uma solução.

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