Adoro poesia. Não, eu amo poesia. Gosto de escrever, alias, a escrita é vida pra mim. É por onde construo meus sentidos. Porém, pode espantar um pouco alguns, quando digo que não leio poesia. Na verdade, quase não conheço poetas. Minha leitura nesse segmento é bem pobre. É sério, praticamente não leio poemas, na verdade só li três livros (e nem foram inteiros) de poesia, As obras completas de Manoel de Barros, um pocket de Mario Quintana e aDeus de Miró da muribeca. Pronto, são esses meus livros lidos de poesia. Mas, reafirmo, eu amo poesia.
Sou apaixonada pelo o que a poesia representa. Na verdade, sou inundada e transbordo com o toque poético. Essa habilidade de enxergar o belo no ínfimo, de expressar o indizível, de brincar com os sentidos, de quebrar a rotina, de dar asas a pedra e pés para as nuvens me deixa estarrecida. Não preciso ler poesia para saber que a vida é poética ali, na poeira, na rasteira, na lágrima, no riso. A vida é poética na varanda da vizinha e no sofá vazio da sala. É poética no peito que dá leite e na mão que carrega a mamadeira. A vida é poética e não são nos livros que se encontram as poesias. Não sei como passei a gostar de poesia, já que não as li enquanto me fazia de grande.
Na verdade, acho que foi quando ia com meu padrasto buscar minha mãe no trabalho no centro da cidade e eu tinha o costume de olhar pela janela. Ficava observando as pessoas e minha brincadeira predileta era dar pensamentos a elas. Tentava captar suas expressões e seus sentimentos. Acho que passei a gostar de poesia quando minha amiga teve uma filhinha e pude colocá-la para dormir. Era pura magia fazer alguém adormecer nos meus braços. Penso que aprendi sobre poesia quando ficava brincando de espiã dentro de casa, observando minha família e seus hábitos. Deve ter sido assim. Tenho inveja dos poetas que escrevem e um dia sei que irei conseguir lê-los, mas por enquanto eu aproveito a poesia de andar de ônibus e escutar as histórias de pessoas que procuram se encontrar.
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