E nesse momento não encontro palavras para expor aquilo que me perturba. O vocabulário se torna escasso diante do tamanho da minha confusão. São sentimentos que se esbarram. Diversas emoções incompreendidas. Afetos que não conseguem se transformar em palavras e serem cuspidos.
Meus amores se tornaram sem sentido por não ter sentido. Vejo apenas corpos que se tocam e nada transmitem. Relações sem cor. Pessoas que não transformam. Sentimento em vão. Energia que escoa e não renova. Tempo que vai e não devolve a magia em boas lembranças. Amores que não fazem história.
A saudade que inflama. A ausência de diálogos que desnudavam a alma. O cotidiano era poesia. A dor compartilhada e recebida sem descaso, sem medo. Uma saudade que se arrasta, que arrasta pelos cantos da vida.
O tempo que assusta. O inesperado que há no amanhã. O que será que vai ser? Como fazer para ser o que quer? O que se quer? As perguntas que ninguém pode responder. As respostas que não garantem nada. A vida que me engole e mastiga.
O dia a dia que não tem lógica. Essa estrada que se alonga sem levar para lugar algum. Meu reflexo confuso. Vida que se fragmenta e não se sabe mais quem é. Rosto que caminha pelos sorrisos que encontra e divide. Face que se perde a cada nova tentativa de ser gente.
Ando com meu corpo estranho pelos dias. Ele está repleto, pesado, cansado, doído e confuso. Um corpo sem compasso que vem perdendo o passo. Eu-corpo que não entende o que lhe fala a sua dor. Sofrimento calado que transborda sem sentido.
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