Poeminha retirado de experiência clínica (Parte 2):
Passou a vida toda tendo que fazer.
Fazer o bem.
Fazer o certo.
Fazer o melhor.
Fazer acontecer.
Durante seus anos fez de tudo e o
possível. Sempre fez muito bem. Era ótima e empenhada nos seus afazeres.
De repente, a vida lhe prega uma peça e
ela não podia fazer tanto assim. Era tudo o que sabia. Depois de muito tempo
precisou aprender a Ser. Só que agora não sabe como Ser. Essa parte foi
esquecida, negligenciada.
Ser? O que é isso? Como fazer ser? Não
entende.
Seu ser ingênuo se angustia, incomoda-se.
Olha no espelho e estranha esse ser que
responde do outro lado: Quem é ?Quem sou? Ser? Como faz?
Arrumou o que fazer. Finalmente algo que
conhece, controla, domina. É boa nisso. Não tem mais tempo para se preocupar em
Ser. Está fazendo o que sabe melhor. Olhar no espelho é perda de tempo. Está
bom assim. Está melhor assim. Calmaria interna, a vida se aprumou. É assim que
se fez na vida e é assim que é.
Nenhum comentário:
Postar um comentário