"Na pracinha ao lado da escola os brinquedos estavam parados. Todos os domingos antes do
almoço eram o meu pai me empurrando com força para o balanço voar com as minhas pernas cada vez mais alto, para longe do chão. O balanço era o voo controlado, a partida sempre contendo a falta, por isso o fascínio dos pais ensaiando despedidas a tarde inteira. As pedras pontiagudas correndo todas as velocidades e os meus joelhos prontos para serem sangrados assim que a queda deixasse de ser medo para ser. A iminência do salto e os gritos do meu pai pedindo cada vez mais. A risada do meu pai. Os braços fortes empurrando minhas costas, esperando a minha volta. Minhas mãos agarrando as correntes e as dobras dos meus dedos acumulando todas as lembranças que a ferrugem poderia conter."
*Os famosos e os duendes da mote.
Voar em balanços, é uma forma boa de se libertar o medo da alma.
ResponderExcluirUma bela noite.
Abraços.